ESPÍRITO SANTO DEVE PERDER 219 MÉDICOS CUBANOS DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS
O Espírito Santo deve perder 219 médicos cubanos do Programa Mais Médicos, que atualmente trabalham em unidades públicas de saúde em todo o estado. O governo do país caribenho anunciou na última quarta-feira (14/11) que decidiu sair do programa do governo federal após o presidente eleito Jair Bolsonaro anunciar mudanças.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Espírito Santo, os municípios de Serra e Cachoeiro de Itapemirim foram os que mais receberam médicos estrangeiros, sendo 30 e 23 profissionais, respectivamente.
Para o comerciante Carlos Neres, que é morador da Serra, a determinação é prejudicial ao atendimento médico realizado no Espírito Santo.
“Como eles aqui não faltavam médicos e o trabalho vinha sendo bem feito por eles. Sem eles, creio que vai falta médico para atender a população mais carente”, disse.
A secretária municipal de saúde de Vila Velha, Stella Dias, diz estar preocupada com o desdobramento que foi tomado. Na cidade, nove médicos cubanos trabalham atendendo na região da Grande Terra Vermelha.
“Quando falamos em nove médicos, estamos falando em 288 consultadas diárias e 5.800 consultas mensais. E, para piorar, não sabemos quando a saída deles vai acontecer. Não podemos deixar a população desassistida. O que estamos pensando agora é em estratégias para realocar médicos para essas regiões”, disse.
Desde 2013, Cuba envia profissionais para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS), quando o governo da então presidente Dilma Rousseff criou o programa para atender regiões que não possuíam cobertura médica necessária.
Saída do programa
O governo de Cuba informou a saída do programa, porém, o comunicado não específico à data em que os médicos deixarão de trabalhar no programa.
“O Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do Programa Mais Médicos e assim comunicou à diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam a iniciativa”, diz a nota do governo.
A Opas disse, apenas, que foi comunicada da decisão, sem dar mais detalhes.
Fonte: G1 Espírito Santo